sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Uns habituam mal os filhos, outros habituam mal os pais.

Gosto muito de estar de férias, obviamente, e gosto muito de voltar a casa. Mas quando a coisa já começa a durar mais que três semanas, está o caldo entornado. Não é que eu não goste da minha cidade, que adoro. Não é que não goste de estar com os meus pais, porque gosto. A verdade é que já gosto mais de estar no meu cantinho com o Mr. Gummy. Já criámos a nossa rotina, que é diferente; já nos habituámos um ao outro e à nossa independência. Além disso, voltar para casa é como voltar a ter 13 anos. Nem é porque a mãe está constantemente a dar-nos na cabeça seja pelo que for, ou porque o pai implica com tudo. É porque os habituei mal este tempo todo.
Nunca fui miúda de sair e quando comecei a querer ir a algum sítio com os meus coleguinhas, por volta dos meus 16 anos, tinha sempre receio de lhes pedir com receio de que se chateassem comigo. Quando finalmente fui capaz, aceitei sem refilar que me fossem buscar à meia noite de cada vez que saía. Devo dizer que era uma vez por semana e, por vezes, nem isso. Se eu pedia mais, eles diziam "não achas que já andas a sair demais?". E como eu não gosto de confusão com eles porque tenho sempre mais a perder que ganhar, respondia 10% das vezes.
Ainda os habituei pior nas férias, que nunca ripostei pelos meus direitos de as gozar em condições. Achavam que eu devia gozar férias quando eles gozavam, e o resto do tempo (er... cerca de dois meses) devia ficar em casa, sossegadinha. Ir à praia mais que duas vezes por semana, "já era abusar nas saídas". E eu, que mal tenho autocarros e não tinha boleia, não tinha remédio. E devo dizer que, sempre que saio, o meu irmão vem colado atrás. Comecei a refilar mais quando o Mr. Gummy tirou a carta e achei que com 18 anos já era mais que tempo para deixar tanto controlo. Resultou mais ou menos, mas ainda tenho de ouvir bocas quando saio para passear mais que duas vezes por semana ou saio à noite e chego às duas da manhã. Para além de levar com o amuo da minha mãe logo pela manhã. E olhem que até nos damos bem e nunca lhes dei problemas. Mas tem de existir sempre alguma coisa menos positiva. Portanto, Agosto passa depressa. Eu prezo muito as férias mas prefiro a minha sanidade.

13 comentários:

  1. revejo-me neste post. Tenho 18, a caminho dos 19 e pedir para sair está fora de questão(tb sou um pouco caseira, acho que me habituei). quero ver um dia que saia de casa.

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  2. Acho que nós também devemos de habituar os pais que estamos a crescer, e que somos como os tantos outros adolescentes, que saem á noite e blá blá.
    Não me revejo nesse post, porque acho que posso dizer que tenho a sorte de ter liberdade. Acho que foi tanta, desde sempre, que hoje digo que tenho quase 19 anos e nunca fui a uma discoteca, por exemplo. Nunca foi coisa que me despertasse interesse, e pelo que ouço dizer ás vezes, julgo que não irá despertar.
    Prefiro os passeios, os bares calminhos, e esse tipo de coisas.

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  3. Também tenho uns pais mal habituados! Uma chatice! Compreendo-te perfeitamente.

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  4. Lol pois, os pais quando tão mal habituados, são um stress dass !!
    Os meus custou, mas foram lá ! tb já idade suficiente :p

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  5. ahah identifiquei-me muito. agora com 21 anos já é tudo mais diferente, mas qd não namorava e qd tinha os meus 16, 17 anos também era assim :) mas acredito que sim, que depois de meses a viver com o teu fofinho, seja tão difícil voltar a casa...

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  6. eu não me posso queixar. a unica coisa que os meus pais podem refilar é de pedir-lhes dinheiro (que é MESMO raramente). de resto saio quando quero e volto quando me apetece. nunca me chatearam com horários nem controlaram quantas vezes saía e com quem. claro que gostam de saber por onde ande e com quem estou, mas nesse aspecto sou muito independente. O pior, e que eles se habituaram mal, é que quando estou de férias tenho que fazer TUDO cá por casa, SEMPRE. nisso estão mal habituados.

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  7. sabes... vejo-me nesse texto, ainda agora no presente e não sei ao certo como dar a volta a isto. Nunca gostei de ouvir os interrogatórios que a minha mãe fazia, isto porque se fosse sair com alguém para além do meu Miguel ou outro namorado que tivesse tido antes, é porque estava a trair com alguém e sempre que tenho que sair, tenho que dizer com quem, para onde, o porque e a que horas pretendo voltar, estar a dizer com quem vou nunca foi algo que gostasse de fazer, sempre tive mais amigos rapazes, os meus grupos de amigos sempre tiveram mais rapazes do que raparigas e a minha mãe... bem a minha mãe acho que não tolera isso. Agora fiquei num casulo, porque praticamente recuso-me a sair, porque como nunca o tive como hábito para fugir aquilo, é algo super estranho e se saio com frequência, começa-me a chamar de vadia, que ando muito galdéria, entre muitas coisas... É isso e para sair ter que pedir quase uma semana antes... porque se me convidam numa noite para ir a um bar, já é uma discussão porque é muito estranho ir sair assim sem mais nem menos...

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  8. Revejo-me tanto neste post... tirando o facto de ainda não termos um cantinho só nosso, tirando o facto de não ter sido necessário sair de casa pois a faculdade é relativamente perto... Claro que, ultimamente, e porque, por razões que não importam agora, não posso estar com ele durante a semana, já saio mais, venho bastante mais tarde para casa, já 'abuso da minha sorte' mais um bocadinho, ou porque vou dormir a casa do namorado (completamente impensável até há uns meses atrás),... mas percebo que ainda não é uma coisa que os meus pais (especialmente a mãe) aceite de bom grado e ainda tenho aquele medo de lhe pedir/dizer, pois, tal como tu, não pretendo que ela fique chateada comigo ;)

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  9. Encontrei o teu blogue e decidi comentar este post... Tenho a dizer que me revi nele: na parte em que dizes que quando eras mais nova tinhas receio em pedir aos teus pais para saíres. Eu também era assim. Agora já não tenho problemas com isso (tirando umas raras implicâncias), os meus pais deixam-me sair sempre que quero.

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  10. Caramba como eu te compreendo... revejo-me a 100%...

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  11. Nem te sei dizer como me identifico e revejo neste post. Tal e qual!

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  12. Passo pelo mesmo neste momento :S A maioria das vezes já nem chego a perguntar nada só para evitar os interrogatórios e os comentários...

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